Começar
o tratamento do câncer implica também em se adaptar aos efeitos que a luta
contra a doença traz. A queda dos
cabelos é situação comum
enfrentada pelos pacientes. Entretanto, o fato de perder os cabelos durante o
tratamento não significa que a mulher deva se sentir menos bonita.
Várias
alternativas e truques podem ajudar o público feminino e a passar por essa fase
com autoestima e bom humor. Os lenços e as perucas entram em ação para valorizar a
beleza. Pensando em trazer opções para ajudar as mulheres nessa fase, a equipe
de voluntários A.M.E (Amizade, Motivação e Esporte), responsável pelos cuidados
com a beleza e bem-estar, criou um banco de perucas para serem emprestadas às
pacientes.
A iniciativa surgiu do
desejo de levantar ainda mais a autoestima das pacientes que se incomodavam com
o fato de perderem os cabelos durante o tratamento. Aos poucos, um acervo de
perucas naturais e sintéticas foi criado. O banco conta com peças para todos os
gostos e estilos: curtas, compridas, loiras, morenas e ruivas. Do cabelo mais
liso ao afro, as pacientes podem optar por ficarem com uma aparência semelhante
ao cabelo natural ou ousar em looks nunca antes arriscados.
As etapas para a produção são feitas de forma voluntária. Tudo começa com as doações de cabelos feitas pela população, que depois são organizadas pelas voluntárias da equipe AME. As perucas são confeccionadas por Míriam Denezine, que realiza o trabalho de forma gratuita. Elas demoram em média um mês para ficarem prontas.
Qualquer paciente pode ter uma das perucas disponibilizadas pelo banco. O primeiro passo é a escolha da peruca, que é feita no salão de beleza da equipe AME, localizado no próprio Hospital do Câncer. Após definir o novo cabelo, a paciente passa por um cadastro da peruca, feito com a assistente social do Hospital. Com fim do tratamento, a peruca é devolvida, para ser emprestadas para outras pacientes.
Segundo Heliana Machado de Assis, coordenadora da equipe AME, as perucas transformam muitas pacientes. “Algumas mulheres chegam tristes e saem renovadas com as perucas”, afirma. A voluntária relata que alguns casos emocionam, como de uma paciente de 13 anos. “Ela chegou aqui tristinha, acompanhada da mãe. Colocamos uma peruca e ficou ótima. No dia seguinte a mãe nos agradeceu, porque a filha havia voltado a sorrir e se alimentar melhor. A paciente estava sofrendo bullying na escola por estar careca”, contou Heliana.
DOAÇÃO DE CABELOS
Para quem quiser contribuir com mais essa ação do Grupo Luta Pela Vida, pode ajudar doando mechas de cabelo para a confecção das perucas. Heliana Assis explica que qualquer tipo de cabelo pode ser doado: os encaracolados, lisos, com mechas. “Até mesmo os cabelos curtos nós aproveitamos. Eles podem ser usados para fazer belas franjas”, afirma. Engana-se quem pensa que somente as mulheres doam os cabelos. Os homens que optam por deixar as madeixas crescerem, também já contribuíram para que novas perucas fossem feitas.
Bem, eu já fiz a minha doação este ano. Pensem nisso.